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Entregue por:FeedBurner/Cidadão Araçatuba

26 de jun. de 2011

O Amor, esse velho desconhecido.


Imagem retirada da internet.

Conversando com um amigo meu, um jovem senhor de aproximadamente 50 anos, com formação universitária, culto e inteligente, ouvi uma frase que me fez pensar.

Conversávamos sobre futilidades, coisas relativas ao trabalho, política, e sem perceber começamos a falar sobre relacionamentos.

Começamos a comparar alguns “tiques” do casamento, falamos sobre os nossos filhos que são adolescentes, suas manias e manhas, até chegarmos às esposas. Esclareço que somos casados há vários anos, eu a 16 e ele a pelo menos uns 20!

Comentávamos sobre pequenos problemas conjugais, (corriqueiros, besteiras mesmo!) até que entramos na discussão sobre traição.

Eu tenho uma posição sobre o tema, quando um não quer, dois não brigam.
Ninguém pode aceitar que o outro traia, e ainda assim,após a traição, ainda permaneçam juntos.

E olha que eu sou homem, e o senso comum é que o homem “pode” trair, pois é da natureza dele. 


Acho isso uma grande falta de bom senso, pois para mim,no casamento, os direitos são iguais, não se pode trair e continuar tudo igual, como se nada tivesse acontecido. Na continuação da conversa, coloquei o meu ponto de vista, quando então me surpreendi. Ele me disse, que eu era machista, e que onde já se viu tamanha intransigência. 

Como assim? E ai falei!

–A pessoa trai porque não está satisfeita na relação, como imaginar que o que foi traído possa perdoá-la e continuar tudo normalmente? Isso não entra na minha cabeça!

Ele tranquilamente respondeu:

-Se ela não está feliz comigo, e se isso (a traição) a deixará feliz, para mim tudo bem, pois quero que ela seja feliz!

Fiquei sem entender, faz sentido? Para mim não, e para você caro leitor?

Tudo bem que o amor se modificou, e se modifica a todo o momento, quando se gosta, sujeita-se a muitas coisas. Não defendo esses amores platônicos onde a pessoa se anula para que a outra seja feliz como conceber uma relação a dois se só um é feliz.

Como eu posso ser feliz, anulando-me?

O que posso esperar de uma relação que é formada por duas pessoas, onde só uma está satisfeita, plena? Além de ser ao meu ver, um sentimento egoísta (e o amor não é egoista!), o ser humano que se anula para viver uma relação assim, deve estar com sérios problemas psicológicos. 
Nem trato aqui da questão social (ser corno ou não ser...), mas do relacionamento mesmo. 


Ser traído ou não, pode ser um incômodo, ou até um pesadelo para alguns, mas acredito que temos que seguir em frente, e particularmente depois da traição sozinhos, o que passou é passado e ponto final. Vida nova! 


Existe ao meu ver outros tipos de relacionamentos que mudam muito mais com o tempo, o amor entre pais e filhos, nesse caso, conheço muitos pais que se submetem incondicionalmente a vontade dos filhos, com a desculpa de que não tiveram tudo que queriam na infância e que agora  farão diferente. 


Alguns pais ainda conseguem estabelecer alguns limites mínimos, outros nem isso, está certo?
Essa falta de limites acredito, vai atrapalhar e muito esse adolescente, um futuro adulto, pois ele crescerá achando que o mundo é cor de rosa, e o pior, tem o formato de um cartão de crédito, e sabemos, que não é assim!


Com as redes sociais “bombando” a sensação generalizada é que se pode tudo, e que ninguém é de ninguém. 

Outro dia, assisti a um comercial que falava sobre isso, o vídeo tratava de uma mulher que descasou-se, mudou seu perfil na rede social, reencontrou velhos amigos e ficou “reencontrando-se” com um velho namorado. Todos temos direito a felicidade, entendo isso, mas jogar-se assim seria saudável do ponto de vista psicológico? 

Não no exemplo em questão, pois está implícito, que ela “ficou” com um o ex-namorado, não ficou “ficando” com vários outros. Mas é assim na grande maioria? Os adolescentes que assistem imaginam o que daquela situação?

Essa meninada que aos 12, 13 anos alguns dos quais, já estão até se relacionando sexualmente, como fica? De onde vem o exemplo para eles? Dos casamentos infelizes dos pais? Da televisão? Do que é aprendido “in loco” observando os colegas? 

A nossa sociedade, que deveria colaborar para a formação de nossos filhos, e da qual fazemos parte, e parte no problema, que inicia uma discussão e forma vários questionamentos:


-Qual a nossa parcela de culpa nisso tudo?  Somos muito permissivos? A correria do dia-a-dia faz com que a gente esqueça que nossos filhos estarão mais expostos a isso tudo, e ainda assim ignoramos?

Existem muitas outras perguntas, muito embora as respostas só virão depois de algum tempo, quando já estaremos olhando  a vida sob um outro prisma, com uma outra perspectiva! 
E aí, o tempo já passou!

E aí? Deixar ele, ou ela ser feliz? Ou fazer ambos felizes?


8 comentários:

Daniela disse...

... se as pessoas usassem no seu dia a dia, aquela regrinha simples, mas imprescindivel, de não fazer ao outro o que não quer para si, a questão da traição não seria complexa ou, quiçá, nem existiria. Eu creio que um dia chegaremos (nós, a humanidade) a essa harmonia! Será que sou idealista demais?

Samanta disse...

Olá querido amigo !!!

Também já me fiz estes questionamentos ! Mas sempre chego à conclusão de que apesar de não concordar, varia muito de pessoa para pessoa e seu estilo de vida.
Na minha opinião, não há espaço para traição, sou bem radical quanto a isso e acho que se quisermos levar uma vida sem compromisso e dando vazão aos desejos, o melhor mesmo é ficar solteiro.
Quando assumimos um compromisso com alguém, acho que o mínimo que é necessário , é ser fiel, leal.
A Amor traz o que a Daniela mencionou, sempre nos colocamos no lugar do outro antes de tomar uma decisão e acredito que a maioria não se sinta confortável diante de uma traição que não engloba só o ego e sim também a confiança mútua.
Sobre aceitar porque o outro está feliz, eu não faria, pois não ajo assim. Se o outro é feliz tendo diversos relacionamentos o deixo livre, pois eu não serei feliz aceitando estes valores que não concordo... Quem sabe ele ache alguém que também pense assim e vivam uma relação moderna, sem ferir um ao outro com este comportamento, mas definitivamente não é a minha praia.
E a questão de influenciar os filhos e jovens, penso que é um influência negativa, onde já não se valorizam mais valores como ética, moral, lealdade e fidelidade, infelizmente....
Adorei sua postagem, como sempre !!!

Um abraçãooooo e bom domingo !!

Cidadão Araçatuba disse...

Daniela, não se trata de idealismo, mas sim de percepção de como nós, (seres humanos) estamos degradando a nossa condição de seres pensantes.
Do mais, tiro o chapéu para a sua fala inicial: "se as pessoas usassem no seu dia a dia, aquela regrinha simples, mas imprescindivel, de não fazer ao outro o que não quer para si, a questão da traição não seria complexa ou, quiçá, nem existiria"...
Grande abraço!

Cidadão Araçatuba disse...

Olá Samanta!
Como é bom debater! A gente se surpreende sempre, não é?
Concordo com você, quer ser feliz sozinho? Não case, namore, procure iguais, sentimentos iguais, reações iguais, não faz sentido querer alguém compartilhando-o (a), não é?
Grande e fraterno abraço!

BiscuitVeraMiniaturas disse...

Oi meu amigo.Difícil o assunto. Penso que depende muito do momento de vida, do tipo de relacionamento, do que cada um entende por traição de fato. O que é certo, é certo claro, o que é errado, é errado. No amar, não cabe a traição, é verdade, e isto não se discute. Mas, no amar, também cabe perdão, então, às vezes, dependendo de cada casal, é possível perdoar.
Agora, o que acaba mesmo com qualquer amor e com a confiança que eu acho necessário para a gente sentir-se feliz ao lado de alguém, é quando a atitude do trair se repete, e se repete, em pequenas coisas,não apenas na cama,entende? Você saber que está com alguém que sempre pensa em você e na sua felicidade também, e por algum motivo sério cometeu um(apenas um) erro do qual se arrepende, é bem diferente de você estar com alguém de quem nem tem prova de traição, mas percebe que sempre que pode, esta pessoa não te inclui nos momentos importantes para ela ou que ela sabe que trariam felicidade também a você, ou te "trai" pensando que tudo que lhe permite conseguir poder sobre coisas é mais importante do que você. Isto é uma traição covarde, porque nem ao menos a outra pessoa pode reclamar - não há um/a amante!! nem sexo na história!! E aí?
então, mais um questionamento, não é? rs.....
O egoísmo quanto a dividir e proporcionar felicidade também é um tipo de traição, que acaba levando algumas mulheres a trairem em pensamento, porque acabam por desejar algo que não tem, ao mesmo tempo que seu amor real lhes faz pensar que estão sendo muito exigentes com o outro! Percebe? Isto não é sério? Pense, e se sua mulher estivesse com você, que é o amor de toda a vida dela, para quem ela dedicou sempre amor, atenção e fidelidade, e sentisse que perdeu a confiança em seu cuidado com ela, exatamente porque você estivesse repetidamente descuidando disto. Ela poderia estar a seu lado, desejando que você fosse outra pessoa, mesmo sofrendo com isto,não é? Teria havido então, antes uma traição sua, que por falta de cuidar do relacionamento,traiu o amor, a própria dedicação dela e toda a fé que tinha em você e no amor.
Difícil saber quem tem mais problema psicológico...rs...o que trai em pensamento, ou o que de tão importante que se sente, pode ter a pretensão de esquecer sua responsabilidade no cultivar o relacionamento e a felicidade. A felicidade é como uma flor, bela, rara e frágil!
E todo ser humano deseja ser feliz... Com a idade, como disse este senhor a você, às vezes, as pessoas aprendem a ser menos egoístas e a perdoar, mas o melhor é quando arregaçam as mangas e, percebendo isto, tomam nas mãos a decisão de cooperarem ativamente para a felicidade de ambos.Não é mesmo?
Abraço grande.

Cidadão Araçatuba disse...

Vera agradeço sua participação, seus comentários sempre tão ponderados e inteligentes, refletem a figura humana que você é, delineando um pouco da sua personalidade.
Quem bom que posso contar com pessoas assim, ensinam sem ter a pretensão de ser altivas,orgulhosas, mas simplesmente pelo fato de terem vivência, experiência de sobra!
Obrigado e grande e fraterno abraço!

Anônimo disse...

Olá, Paulo!
Nem deitando-me em um divã por reencarnações, uma atrás da outra, conseguiria responder aos seus questionamentos, principalmente quando o assunto está diretamente ligado a nossa 'psique" . O que dizer da dor(problema) do outro se eu não senti em mim. Ficar ou não ficar com ele ou ela, eis ai a questão.
Dentro de 4 paredes só quem sabe é o casal. De repente o vemos bem, logo não é nada daquilo, ou vice-versa.
Há os que não se separam porque odiar o parceiro faz bem danado. Optam por viverem juntos por vingança. Cada um vive a felicidade como sabe interpretá-la. Os padrões estabelecidos para uns não se encaixam em muitos outros, dessa forma a sociedade foi construída, entre conveniências e camuflagens.
Quanto aos filhos o assunto é mais complexo ainda. Se sabemos tão pouco de nós mesmos, decifrar as necessidades dos nossos adoslescentes que estão com os hormônis jorrando pelos poros, torna-se uma tarefa ainda mais difícil. Nesse hedonismo no qual nossos filhos estão enfiados, porque tudo pode nessa virtualidade bombando, a vigilância ponderada, porém moderada se faz de extrema necessidade, mas... cansa. Nem nós estamos dando conta de tanto "isso não pode" que as crianças ficam vulneráveis aos nossos ensinamentos. Ai, estressamos todos. Tudo que é demais atrapalha, o que é pouco atrapalha também. Logo, o negócio é rezar muito. Onde há Deus, um pouco dos problemas serão suportados, mas eles continuarão em nossas mãos, para que nós os resolvamos. Que os problemas continuem surgindo entre nós, para que possamos nos apoiar em Deus. Nosso Divã eterno.
Há muitos para se discutir sobre o este texto. Muito bom mesmo.
Quando postar, envie para mim, assim estarei sempre presente no seu blog.
Obrigada
Estou publicando como anônimo, porque não consegui de outra forma.
Rita Lavoyer

Cidadão Araçatuba disse...

Olá Rita, grande prazer, enviarei sim!
Esse post foi um dos mais votados no Dihitt na semana em que saiu (57), e escrevi sem pretensão nenhuma, mas com direito a todos os grilos que foram parar no post...
Penso que quando dois não querem, não devem ficar juntos, pode ser duro para os filhos, mas pior ainda se eles ficarem no meio de um circulo vicioso e negativo,não é?
Abração!

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